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domingo, novembro 20, 2011

O que é ser espírita


Ser espírita não é ser nenhum religioso; é ser cristão.
Não é ostentar uma crença; é vivenciar a fé sincera.
Não é ter uma religião especial; é deter uma grave responsabilidade.
Não é superar o próximo; é superar a si mesmo.
Não é construir templos de pedra; é transformar o coração em templo eterno.
Ser espírita não é apenas aceitar a reencarnação; é compreendê-la como manifestação da Justiça Divina e caminho natural para a perfeição.
Não é só comunicar-se com os Espíritos, porque todos indistintamente se comunicam, mesmo sem o saber; é comunicar-se com os bons Espíritos para se melhorar e ajudar os outros a se melhorarem também.
Ser espírita não é apenas consumir as obras espíritas para obter conhecimento e cultura; é transformar os livros, suas mensagens, em lições vivas para a própria mudança.
Ser sem vivenciar é o mesmo que dizer sem fazer.
Ser espírita não é internar-se no Centro Espírita, fugindo do mundo para não ser tentado; é conviver com todas as situações lá fora, sem alterar-se como espírita, como cristão.
O espírita consciente é espírita no templo, em casa, na rua, no trânsito, na fila, ao telefone, sozinho ou no meio da multidão, na alegria e na dor, na saúde e na doença.
Ser espírita não é ser diferente; é ser exatamente igual a todos, porque todos são iguais perante Deus.
Não é mostrar-se que é bom; é provar a si próprio que se esforça para ser bom, porque ser bom deve ser um estado normal do homem consciente. Anormal é não ser bom.
Ser espírita não é curar ninguém; é contribuir para que alguém trabalhe a sua própria cura.
Não é tornar o doente um dependente dos supostos poderes dos outros; é ensinar-lhe a confiar nos poderes de Deus e nos seus próprios poderes que estão na sua vontade sincera e perseverante.
Ser espírita não é consolar-se em receber; é confortar-se em dar, porque pelas leis naturais da vida, "é mais bem aventurado dar do que receber".
Não é esperar que Deus desça até onde nós estamos; é subir ao encontro de Deus, elevando-se moralmente e esforçando-se para melhorar sempre.
Isto é ser espírita.
Com as bênçãos de Jesus, nosso Mestre

Do Livro "Aprendendo a lidar com as crises" ? de Wanderley Pereira

terça-feira, novembro 15, 2011

150 Anos do Auto de Fé de Barcelona

Lançamento e queima de livros há 150 anos

Antonio Cesar Perri de Carvalho

No início de 1861, Allan Kardec lançava O Livro dos Médiuns – guia dos médiuns e dos evocadores. No dia 9/10/1861, em Barcelona, foram queimados centenas de livros espíritas, a maioria de autoria do Codificador, inclusive O Livro dos Médiuns.
Um dos últimos Autos de Fé de nossa história, ao queimar os livros espíritas, não conseguiu destruir as idéias e o ideal. Ao contrário, o fogo resultou a fumaça que subiu alto e se esparziu... As idéias, o ideal e a difusão se fortificaram com o ato inquisitorial.
Da mesma forma, as perseguições e incompreensões perpetradas contra médiuns e líderes espíritas ao longo dos tempos, tão somente contribuíram para consolidar registros notáveis de exemplos e de dedicação.
Na atualidade, devemos cultivar o direito de manifestação e o da compreensão da diversidade religiosa, mas também é o momento adequado para se disseminar os princípios espíritas.
O fogo não deve ser empregado para a destruição, mas principalmente para a iluminação, à semelhança da candeia que deve ser colocada “sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa” (Mateus, 5:15).
(do Boletim Informativo CEI, no. 41, p.1, 3º. trimestre de 2011).


O QUE FOI O "AUTO- DE- FÉ DE BARCELONA "?


O livreiro Maurício Lachâtre, estabelecido em Barcelona, foi um grande propagandista do Espiritismo na Espanha e havia encomendado trezentos volumes de diversos títulos espíritas a Allan Kardec.

O material chegou à Espanha através de tramitação legal, com impostos e taxas devidamente pagos por Kardec e com a documentação correta.

O destinatário pagou os direitos de entrada dos volumes, mas antes que os mesmos fossem entregues, uma relação dos títulos foi entregue ao bispo de Barcelona, pois, a liberação de livros e ou sua censura, competia à autoridade eclesiástica. O bispo tomando conhecimento da natureza dos livros ordenou que fossem apreendidos e queimados em praça pública pela mão do carrasco.

Os livros deveriam em tal situação ser devolvidos ao remetente em seu país de origem -a França. Contudo tal não aconteceu e o espetáculo- só assim pode-se classificar tal ato de intolerância e intransigência- foi marcado para o dia 9 de outubro de 1861. Naquela data, às 10:30 horas, os volumes foram queimados como se fossem réus da inquisição. Alguns assistentes revoltados gritavam :"Abaixo a inquisição! ".

Contudo, essa atitude intransigente contribuiu enormemente para a propaganda da doutrina.

A perseguição prosseguiu, dissimulada, mas acirradamente, por muito tempo. O clero nunca escondeu seu desagrado com relação à mensagem espírita.

Atualmente, a atitude da Igreja Católica, através dos esforços ecumênicos do Papa João Paulo II e também em função de comissões enviadas pelo Vaticano, para observação de fenômenos paranormais e de Transcomunicação Instrumental, vem reconhecendo, através do seu Novo Catecismo, a possibilidade de comunicação com as almas dos "mortos" e até permite, em alguns casos e com reservas, essas comunicações.

Entre os volumes queimados estavam :

  • Exemplares da Revue Spirite;

  • "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec;

  • "O Livro dos Médiuns", Allan Kardec;

  • "O que é o Espiritismo", Allan Kardec;

  • "Fragmento de uma Sonata", ditado pelo Espírito Mozart;

  • "Carta de um Católico sobre o Espiritismo", Dr. Grand;

  • "A História de Joana D'Arc", médium Mlle. Ermance Dufaux, Autora Joana D'Arc;

  • "A realidade dos Espíritos demonstrada pela escrita direta", Barão de Guldenstubbé;

REPERCUSSÃO

Extenso relato do evento, realizado na mesma esplanada onde eram executados os criminosos condenados à morte, foi publicado no periódico barcelonense "La Corona", que se manifestou contra tal ato.

Os principais jornais da Espanha deram conta minuciosa do fato, que os órgão da imprensa liberal do país muito justamente profligaram(1). É de notar-se que na França os periódicos liberais se limitaram a mencionar o fato sem comentários.

O acontecimento deu ensejo a muitas comunicações por parte dos Espíritos. Em 19 de outubro Kardec , quando retornou de Bordéus, recebeu a seguinte comunicação :

"Fazia-se mister alguma coisa que chocasse com violência certos Espíritos encarnados, para que se decidissem a ocupar-se com essa grande doutrina, que há de regenerar o mundo. Nada, para isto, se faz inutilmente na Terra e nós que inspiramos o auto-de-fé em Barcelona, bem sabíamos que, procedendo assim, forçávamos um grande passo para a frente. Esse fato brutal, inaudito nos temos atuais, se consumou tendo por fim chamar a atenção dos jornalistas que se mantinham indiferentes diante da agitação profunda que abalava as cidades e os centros espíritas. Eles deixavam que falassem e fizessem o que bem entendessem; mas, obstinavam-se em passar por surdos e respondiam com o mutismo ao desejo de propaganda dos adeptos do Espiritismo. De bom ou mau grado, hoje falam dele; uns comprovando o histórico do fato de Barcelona; outros, desmentindo-o, ensejaram uma polêmica que dará volta ao mundo, de grande proveito para o Espiritismo. Essa a razão por que a retaguarda da Inquisição fez hoje o seu último auto-de-fé. É assim que o quisemos."

assinado Um Espírito.

(1)profligar-lançar por terra; procurar destruir com argumentos; combater com palavras,.

PALAVRAS DE KARDEC

Diante desse último fato, Allan Kardec, pela Revista Espírita que já tinha assinantes em quase todo o mundo, proclamou: " Espíritas de todos os países! Não esqueçais a data de 9 de outubro de 1861. Será marcada nos anais do Espiritismo. Que ela seja para vós um dia de festa e não de luta, porque é o penhor de vosso próximo triunfo."

KADEC CONSULTA A ESPIRITUALIDADE SOBRE OS EVENTOS DE BARCELONA.

(Em minha Casa – Médium Sr. ...)

( 21 de setembro de 1861).

A pedido do Sr. Lachâtre, então estabelecido em Barcelona, eu lhe expedira uma quantidade de O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, as coleções da Revista Espírita, e diversas obras e brochuras espíritas, formando um total em torno de 300 volumes. A expedição fora feita regularmente, pelo seu correspondente em Paris, numa caixa contendo outras mercadorias e sem a menor infração à legalidade. Na chegada dos livros, se fez o destinatário pagar os direitos de entrada, mas, antes de libera-los, deveu-se submetê-los à apreciação do Bispo, a autoridade eclesiástica sendo, nesse país, a polícia das livrarias. Este estava então em Madrid; em seu retorno, sobre o relatório que disso lhe foi feito, ordenou que as ditas obras fossem apreendidas e queimadas em praça pública, pela mão do carrasco. A execução da sentença foi fixada para 9 de Outubro de 1861.

Se se tivesse procurado introduzir essas obras por contrabando, a autoridade espanhola estaria em seu direito de dispor delas à sua maneira; mas, desde o instante que não houve fraude nem surpresa, o que provam os direitos voluntariamente pagos, era de rigorosa justiça que se lhes ordenasse a reexportação, se não lhe conviesse admiti-los. As reclamações feitas junto ao cônsul francês, em Barcelona, foram sem resultado. O Sr. Lachâtre me perguntou se era preciso submete-los à autoridade superior; o meu conselho foi o de deixar consumar-se esse ato arbitrário; todavia, acreditei dever tomar o do meu guia espiritual.

Pergunta (À Verdade). – Não ignorais, sem dúvida, o que vem de se passar em Barcelona a respeito das obras espíritas; teríeis a bondade de me dizer se convém perseguir a sua restituição?

Resposta. – Em direito podes reclamar essas obras, e delas, certamente, obtereis a restituição, dirigindo-se ao Ministro dos Assuntos Estrangeiros da França. Mas a minha opinião é que resultará desse auto-de-fé um bem maior que não produziria a leitura de alguns volumes. A perda material não é nada em comparação com a repercussão que semelhante fato dará à Doutrina. Compreendes o quanto uma perseguição tão ridícula e tão atrasada poderá fazer o Espiritismo progredir na Espanha. As idéias se difundirão com tanto mais rapidez, e as obras serão procuradas com tanto mais diligência, quanto as tiver queimado.(*) Tudo está bem.

Pergunta. – Convém, fazer, a esse respeito, um artigo no próximo número da Revista?

Resposta. – Espera o auto-de-fé.

(Obras Póstumas, página , FEB)

(*) grifo nosso.

...E A INTRANSIGÊNCIA AINDA NÃO FORA TOTALMENTE VENCIDA

De Barcelona enviaram a Kardec uma aquarela feita in loco por um artista distinto, representando a cena do auto-de-fé.

Kardec mandou fazer do quadro uma redução fotográfica. Um punhado de cinzas apanhado na fogueira, alguns fragmentos legíveis de folhas queimadas foram colocados em uma urna de cristal. Lamentavelmente, a intransigência que ainda perdurou na primeira metade do século XX, fez com os nazistas durante a 2a. Grande Guerra destruissem a urna.


Fonte: http://www.ceallankardec.org.br/autofebarc.htm

domingo, novembro 06, 2011

O ouro chamado Espiritismo


Certa noite, em uma reunião do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita-ESDE, um dos alunos comentou sobre um sonho. Sonho esse que traduz de forma belíssima a importância da moral e dos conhecimentos espíritas.

“Sempre tive o mesmo sonho. Sempre morei na mesma cidade e próximo a este centro espírita. Sonhei por várias vezes passando na frente desta casa e ao olhar para a entrada encontrava várias moedas... Não eram moedas com valor financeiro, mas sim moedas douradas sem cara e nem coroa, apenas douradas e com um brilho intenso. Este sonho praticamente perdurou durante toda a minha vida. Hoje, sou espírita. E consigo interpretar meu antigo sonho... As moedas que tanto buscava, são os conhecimentos que estou adquirindo na Doutrina Espírita.

Meus irmãos, ensinamento belo e sucinto se translitera nas palavras simples da estudante da doutrina espírita. A doutrina espírita, em sua caraterística de revelação, vem nos apresentar o ouro e a prata da espiritualidade, que são os ensinamentos dos espíritos superiores e o reavivamento dos ensinamentos do Cristo em sua mais pura significação. Kardec, o emérito codificador, nos traz em suas obras os conceitos mais sublimes e puros a serem aplicados em nosso dia-dia e os nobres continuadores nos trazem a complementação e o desdobramento destes ensinos. Portanto, busquemos estas moedas em todos os momentos, pratiquemos os ensinamentos do mestre, bebamos o espiritismo e caminhemos rumo a angelitude.

Votos de Paz

Alisson Chrystian de Oliveira Campelo